terça-feira, 2 de outubro de 2007

Não vais pedir perdão por não seres quem eu vi à luz falsa da paixão

É apenas minha a falta

Só por não condizeres com a visão tão alta que eu quis ter de ti

Não há muito a fazer

Tu não mudaste nada

Eu é que estou pior

Sou alma condenada a amar a ideia do amor

Essa lente desfocada que engana o amador

Ela à primeira vista, não há quem lhe resista

Depois há sempre um quê que nem eu sei bem dizer

É um mal que desaponta

Nunca mais vou aprender apesar da minha conta

Tu dizes que o amor é como abrir gavetas

Ver tudo o que há lá dentro

Quebrar o brilho à montra até cortar a mão

E gostar do que se encontra em cada vidro do chão

Apaguem essa luz falsa

rui veloso

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